Como anda a qualidade a água na represa billings?

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A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) divulgou um relatório (Relatório das Águas Superficiais 2014) em que afirma que o principal reservatório da região do ABCD paulista, a Billings, devido a escassez de chuva e falta de tratamento dos esgotos domésticos esta com a qualidade da água pior. Segundo os dados do relatório, 103.735 kg de poluentes vão para a represa.

Segundo o gerente do Setor de Águas Interiores, Fábio Netto Moreno, em 2014 houve uma estiagem severa, o que dificultou o controle do afluente doméstico, ou seja, a diluição do esgoto. De acordo com o relatório o estado de São Paulo apresentou no ano passado volume de chuva 26% menor que a média dos 19 anos anteriores, foram 1.055 milímetros.

Ainda segundo o estudo a falta de chuva é só um dos fatores da piora na qualidade da água na represa. A redução do ritmo da evolução do índice de tratamento de esgotos domésticos, um fenômeno que ocorre em todo o estado é outro motivo. “Nos últimos três anos, o índice aumentou apenas 1% em cada ano (no estado). Isso mostra que há uma evolução, mas ela é lenta, o que não contribui para a percepção de melhora da qualidade dos rios e represas”, afirmou Moreno.

A situação no ABCD é a melhor se comparada ao restante do estado. Os dados apurados pela Cetesb mostram que por meio das autarquias de saneamento de esgoto, em 2013 os sete municípios da Região tratavam uma média de 25,85% do esgoto coletado. No ano passado, esse índice subiu para 28,55%.

Além dos 103.735 kg de poluentes que vão para a represa ainda há a carga que vem do rio, segundo Moreno. Ainda segundo os dados, as cidades do ABCD que mais despejam esgoto na represa são: São Bernardo (33.612 kg/dia), Santo André (23.978 kg/dia), Mauá (23.223 kg/dia), Diadema (18.257 kg/dia), Ribeirão Pires (3.039 kg/dia), Rio Grande da Serra (1.371 kg/dia) e São Caetano (255 kg/dia). A última cidade, apesar tratar o esgoto ainda tem sobras que vão para o Rio Tamanduateí.

O índice de balneabilidade das praias nos reservatórios urbanos, caso da Billings, mostram que as prainhas do manancial do ABCD estão imprópiras para o banho por terem coliformes fecais.

A presença de algas no reservatório tem uma explicação lógica, quanto mais esgoto jogado na Billings, maior é a concentração de fósforo e consequente floração de algas/cianobactérias.  Essa presença de algas interfere na vida aquática, o documento cita a morte de milhares de moluscos Anodontites Trapesialis  no reservatório Rio Grande.

Fábio Netto Moreno ainda afirmou que a piora da qualidade da água da represa Billings não afetou a qualidade da água distribuída pela Sabesp pelo sistema Rio Grande. “Toda a água é tratada e respeita a portaria 518 do Ministério da Saúde, antes de ser distribuída”, finalizou.

Obras de planejamento do Governo do Estado de São Paulo ainda podem interferir mais com a área ainda preservada do manancial, um projeto prevê a interligação do braço Rio Pequeno com o Rio Grande, também na Billings, para a transferência de 4 mil litros de água por segundo para a represa Taiaçupeba, localizada em Suzano, onde fica a estação de tratamento do Sistema Alto Tietê. No projeto original estava prevista a construção de uma barragem no Rio Pequeno para separá-lo do corpo central, mas, para finalizar a obra mais rápido a Sabesp desistiu disso. Sem isso a tendência é que o Rio Pequeno se esvazie e a água do corpo central invada o local até agora preservado.

A Sabesp justifica a ação afirmando que o processo no Rio Pequeno é igual ao feito em outro braço da Billings, o Taquacetuba, que também é ligado ao corpo central da represa. Desde 2001 ele transfere 4 mil litros de água por segundo para represa Guarapiranga, que é responsável por grande parte do abastecimento da zona sul da capital paulista.

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